No teatro que move minha vida, eu sou a única que consegue desfrutar de cada drama, viver cada ato, saber de todos os atores. No teatro que move a minha vida, apenas eu distingo a realidade da peça, apenas eu vivo a comédia, conheço de todas as farsas e aprendo todos os truque. No teatro que move minha vida, apenas eu conheço todos os espetáculos.

sábado, 11 de dezembro de 2010





Se você vier me procurar
O que acho que vais fazer
Saiba que nunca deixei de te amar
Por isso que deixei isso aqui pra você ler.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Em cada verdade, o medo da mentira

Não é que eu tenha medo de viver nossa vida, eu tenho medo de perceber que nossa vida não existe.


sábado, 13 de novembro de 2010

Romeo & Juliet?


Primeiro veio o não, e sem nos darmos conta estávamos negando sem querer convencer ninguém mais, exceto nós mesmos.
Negando-me admitir, até mesmo nas tardes da noite, tudo o que eu sentia por ti, repetia a mesma mentira para que se tornasse verdade. Castigava-me saber que se aquilo era nada, o que poderia ser tudo? Havia de ser algo, não havia de ser nada. E foi com este pensamento que a minha falsa verdade se tornou mentira.
Eres igualmente culpada, sorriste para mim todas as vezes que me viste passar.
Lembro-me da época que não havia sangue e iniciei a cair na tentação do meu coração buscando boca tua, pele tua, amor teu.
E então a tragédia começou dando os primeiros toques sutis e quase nem percebi a diferença, mas consciente que nada havia de estar igual.
Lagrimas brotavam em teus olhos em uma freqüência maior do que gostaria de ver e percebi que eras tu o teu próprio mal. Afim de querer te ver bem novamente, tentei te afastar de você mesma e quase consegui, mas falhei. Não contigo, e sim comigo.
Quando não eras mais tu, não te amava mais.
Precisava eu te ver cair em teus próprios pesadelos para poder eu me erguer em meus sonhos?
Sem agüentar tamanho atrevimento do meu ato, deixei-te. E ainda olhei para trás ao ir embora, e deixei naquele momento uma parte de mim com você. Ou já tinha deixado, mas não tinha percebido.
 Foi este o nosso veneno, amavámos por quem erámos. Veneno que foi injetado em nossos corações e que se espalhou pela a corrente sanguínea deixando ardência em cada membro que ele tomava conta.
Fantasmas começaram a rondar onde eu habitava e sua voz vinha sugando o resto de sanidade que ainda me restava. Há de sermos, eu e tu, Romeo e Julieta?
Ainda permanecemos aqui, a carne e a ossos, é verdade. Mas podemos dizer o mesmo a respeito de nossos corações? Ainda há vida neles? Ainda há chance de se apaixonarem novamente?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Viver, até mesmo sem enteder

Quando eu digo que eu falo respondendo mais a mim mesma que aos outros, é porque há em mim uma inquietação que lateja forte nas veias me fazendo falar sobre o que menos sei em busca de achar, por fim, uma resposta que seja boa ao menos para mim.
Vou me classificando como inconstante e insolúvel. Vou me metamorfoseando afim de descobrir que jeito sou me agrada mais e se abusar, mudar de estado quimico e/ou fisico de novo e de novo, só porque posso.
Sentir é algo que percorre seu corpo e grita te contando que estais viva mesmo sem saber viver, e vai errando até aprender a acertar, só pela a graça de tentar.
Não estou afim de formular, nem mesmo para mim, uma única formula de ser feliz e me concentrar sempre na mesma variável. Quero o novo de novo até o meu ritmo cessar e eu me aquietar descobrindo e entendendo o que me move, mas sem poder falar.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quando estiver no lugar sem fim

Não tenho a intenção de me transformar em um fantasma acorrentado há sombras de uma vida que não existe mais, mas também não tenho a pretensão de me tornar um anjo e guardar todos vocês, desejo apenas que quando estiver em um lugar sem fim, exista pelo menos alguém que acredite em mim, que pense em mim, que se lembre de mim.
Não peço que tentem me fazer presente, só não esqueçam que eu de fato já estive. Desejo apenas ter marcado alguém, ter ajudado a construir alguém. Peço que não tenham medo de falar de mim ou citar meu nome claramente, que se lembrem do meu riso e do meu toque.
Evitem me transformar em um herói que sei que não sou, e me acrescentar qualidades que sei que não tenho, apenas me mantenham do jeito que fui, pois me basta o que sou.
Não se sintam incapazes de superar e se alguém sentir muitas saudades de mim, apenas lembre do que eu pensava, pois enquanto meu pensamento existir, eu nunca irei.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Espelho em palavras


- Eu não acredito. - Foi tudo que ela conseguiu dizer.
- Ótimo, não acredite. Não deixará de ser verdade. – Eu sorri irônica.
- Como você pode ser tão fria?
- É só o que as pessoas fazem, ok? Está na hora de você crescer.
- E me tornar como você? Não obrigada! – Ela falou com lágrimas nos olhos.
- O mundo é cruel, você vai acabar percebendo isso.
- O mundo não é cruel. Você é. – Ela rebateu, eu podia ver o medo em seus olhos.
- E eu sou parte do mundo. Seja mais sensata. – Eu dei de ombros.
- Eu não sei o que é pior – Ela dizia balançando a cabeça freneticamente - se é você fazer o que faz ou não ligar a mínima pelo o que faz.
- Não é o que eu faço. É o que todos fazem. – Eu disse acendendo um cigarro.
- Eu não faço. - Sua voz era quase um sussurro.
- Criança. – Eu revirei os olhos e saí da cozinha em direção ao meu quarto.
- Pelo menos eu não sou como você. – Ela disse sem voz.
Ela não entendia. Ela era muito ingênua para poder entender, inocente demais para entender. Sua mente infantil era rodada de coisas imbecis como sentimentalismos e emoções.
Ás vezes queria tomá-la pelos os braços, protegê-la, fazer as dores cessar. Momentos assim eram raros e duravam pouco mais que segundos, era egoísta demais para fazer algo assim, pior que isso, era medrosa demais. Se fizesse isto, as dores seriam contra mim, os riscos iria ferir a mim, a vulnerável seria eu.
Eu sabia que ela um dia ela mudaria, que um dia ela se transformaria, um dia todos se modificam para poder sobreviver. Eu já tinha sido como ela, agora ela vai ser como eu. Mas este pensamento me castigava, eu queria que ela se transformasse? Eu gostaria dela se ela não possuísse mais aquele brilho inocente no olhar? A resposta era não.
Eu a amava porque ela era o que eu tinha medo de ser. Ela era a luz, a esperança e mesmo que isso não a levasse a lugar nenhum, ela não mudava de caminho. Ela era a prova que tudo havia sentindo e que a vida não era perda de tempo.
Terminei meu cigarro lendo alguns anúncios do jornal, era como mirar um espelho sem fim e sem reflexo: Assassinato, prisão, solidão, perpetua. 

domingo, 19 de setembro de 2010

Meu bem querer

Eu queria saber te dizer algo mais que meras palavras, sinceramente, eu queria ser capaz de dar-te o que sinto, talvez assim, você acreditasse de fato neles quando pudesse senti-los e conhecer todas as suas verdades, talvez assim, você parasse de duvidar, talvez assim você chegasse a entender o quanto isso me domina.
Gostaria de dizer-te tudo que há de mais belo, recitar os melhores versos e fazer com que estes se perpetuassem em sua mente, e morassem em seu coração. Mas infelizmente não sou capaz de nada disso, então tomei o devido cuidado de escolher entre dedos o que posso fazer, o que posso te dizer. Escolhi as seguintes palavras que não são grandes ou complexas, mas são as que mais gosto de ouvir da sua boca, são as únicas que me fazem sorrir de verdade, estas são simplesmente: eu, de fato, amo você. :@


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A ti, menina flor

Para que sejas digna de um nome como uma flor, sejas digna de não possuir-te apenas o nome, mas possua essa inteira essência de pureza que há na mais bela flor.
Que mereças este perfume que te rodeia e mereças os mistérios que há em seus toques que seduzem e encanta.
Que preenchas noites vazias com estes presentes, que não sejas egoísta e saibas compartilhar teus dons com os que mereçam.
Que sejas digna dos teus espinhos, que nos machuca em sua pressa de nos encartar. Sejas digna de suas pétalas que nos apaixona e nos faz suspirar.
Que mereças o silêncio e desfrute de suas cores exóticas. Que não sejas flor apenas em nome, e sim em sua inteira existência para assim não lembrarmos uma flor contigo, e sim nos lembrarmos de ti com uma flor.

sábado, 11 de setembro de 2010

A historia da menininha não contada


Essa é uma história de uma menina que nunca chorou por amor, nunca sentiu seu coração despedaçar. Uma história sobre uma menina que nunca sorriu de verdade, mas vive sorrindo. Uma historia sobre uma menina que nunca sentiu o pavor percorrer suas veias, que nunca mordeu o lábio por nervosismo. Uma historia sobre uma menina que nunca se perguntou se ele a queria, nunca se perguntou quem não conseguiria.
É a história da menina que aprendeu a calar seus olhos. De uma menina que deixou seu toque uma arma mortífera e deixou seus sonhos de criança na infância. É a historia de uma menina que deixou de ter medo de falar quando finalmente disse "papá". Essa é uma história diferente de tantas outras... É uma história fria, confesso... Mas talvez, um casaco resolva este problema.
É uma história sobre desejos e nada mais profundo que isso, mas nada é tão superficial assim. Ela é só aquela menininha que peca mais que é abençoada, aquela que nem acredita nisso... É aquela história onde a mocinha é a principal vilã, onde há mais defeitos que qualidades... É só aquela menininha.
Ela não se vê comovida com lagrimas e ri de qualquer coisa que possa demonstrar sentimentos, é tão tolo. É uma história onde ela dá a mão, mas não chegue a esperar mais que isso. É uma história que ela leva sempre mais do que deixa. É uma história que poucas coisas permanecem em seu lugar de origem e ao escutar isso, você é capaz de escutar a risada de sino dela soando.
Uma história divertida para ela, uma história feita de jogos... Ela brinca e sabe brincar. Ela brinca tão bem que faz todos brincarem com ela de acordo com suas próprias regras, porque pra ela, tudo é apenas um jogo. É uma menina livre, e será assim por um bom tempo, mas não é irresponsável, antes que você pense que fosse.
É uma menina que não dança conforme outras músicas, que não espera por outras pessoas, que não anda quando pode correr, que não demonstra enquanto pode fingir.
É uma menina tão livre que ela sempre acaba percebendo que esta só e isso não a incomoda.
É uma menina que acha todo mundo meio de plástico, todo mundo meio falso, todo mundo meio burro e todo mundo meio bobo... É uma menina sorridente. Mas ela é apenas uma menina...
Nunca ninguém a decifra. Uma menina que grita com o prazer da velocidade e uma menina que adora sentir o medo pulsando em suas veias. Não gosta do certo, e com qualquer coisa fica entediada. Não gosta quem enrola e não gosta quem faz drama.
Uma menina que constrói sonhos apenas do real e a ilusão é para os que não conseguem colocar os pés no chão. É uma menina cética que vive de regras.
Deve ser apenas mais uma estória no meio de tantas outras... Mas não a culpe. Ela é o que o mundo exigiu que ela fosse.
Vou me proibir a contá-la. No fim, poucos iriam parar para ler, poucos iriam entender e poucos gostariam, aliás, a realidade sempre machuca e assusta.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Eternos amantes


E eu tomei aquele velho caminho que eu já estava mais do que acostumada a tomar, sendo que tudo parecia estranhamente errado, parecia que faltava algo, eu procurei, mas estava tudo no mesmo e rotineiro lugar. Segui em frente e abracei meus braços por cima do casaco, era engraçado que por mais que não estivesse nevando, o frio do inverno havia chegado este ano com uma potencia avassaladora, entretanto não fora o frio que me fez procurar envolver-me em meus braços, o que me levou a isto foi a necessidade de achar proteção, conforto.
Pé sob pé, sem pressa alguma de chegar ao meu destino, percebi que estava recebendo olhares assustados, então me dei conta que falava só, na verdade não falava, apenas treinava diferentes tons de voz. Revirei os olhos, os padrões daquela cidade tinham se tornado ainda mais obtuso nos ultimos anos, mas não liguei muito para isso, tinha outras coisas envolvendo meus pensamentos.
Atravessei a rua e respirei fundo, com calma tirei o celular do bolso e uma inquietação tomou meu coração, disquei alguns números e sussurrei de forma rápida quando atenderam as palavras: Hey, to aqui. Sem dizer mais nada, desliguei.
O portão se abriu e o pequeno buldogue francês correu em minha direção.
- Mimi. – Eu disse tomando-a no colo e fazendo carinho em sua cabeça.
- Não cheguei a acreditar que você viria. – Ele mordeu o lábio quando cheguei ao hall. Sua aparência era despreocupada, seu rosto não demonstrava emoções embora eu soubesse que ele não estava tão tranqüilo como queria apresenta-se. Ele havia aprendido muito bem a esconder o que verdadeiramente sentia, nós dois tínhamos
- Eu disse que estaria aqui, não disse? – Sorri de lado.
- Por que eu acreditaria em você dessa vez? – Seu tom foi hostil.
- Honestamente, não sei.
- Você ousa mesmo a falar essa palavra, “honestamente”?
- Você age como se eu o tivesse o machucado. – Eu ativei o modo de defesa. Ele estava para atacar.
- “Eu te amarei em seu pensamento mais sombrio, no seu pior ato eu ainda estarei lá...”
– Nunca passou pela a minha cabeça que o seu pensamento mais sombrio seria contra mim, nunca imaginei que o seu pior ato machucaria a mim. – Eu disse quase não acreditando nas palavras ditas por ele.
- Deveríamos vim com um tipo de aviso, não é? “Cuidado: autodestruição em cinco segundos”
- É o que você acha? Que estamos nos destruindo?
- Ao menos, foi o que fiz. - Ele deu de ombros.
- Você deveria vim com um aviso. - Concordei no mesmo tom hostil -  Mas não de autodestruição e sim dizendo que iria destruir o próximo.
- Eu nunca quis te machucar, L. - Ele tirou a máscara que escondia seus sentimentos e falou sinceramente. A dor de suas palavras foram quase palpáveis.
- E por que machucou? - Eu olhei em seus olhos.
- Você nunca machucou alguém sem intenção? Devo então entender que você quis me machucar?
Meu silencio foi a resposta que ele obteve.
- Sua reação pode ser mais previsível? - Ele gritava, mas meio que tinha um sorriso de dor esboçado em seu rosto - Era exatamente isso que eu esperava de você. Tudo que eu sou, tu também és. Todos os jogos que joguei, tu também jogaste... De todos as brincadeiras que brinquei, tu também brincastes. Por que não assumes logo que estamos no mesmo nível?
Eu não conseguia dizer nada, cala palavra atravessava em mim como uma faca pontiaguda.
- Você DORMIU com ele. – Ele jogou em cima de mim. – Ele a tocou, ele a possuiu. Ele a beijou, ele penetrou em ti como eu deveria fazer. Ele deve ter dito o quanto você é linda, o quanto sua pele é macia, ele deve ter te explorado em cada lugar... Ele... - Ele parou e concluiu em um tom baixo - Ele fez o que eu deveria ter feito.
- E por que não fez? - Eu falei em um tom mais baixo que pude.
- Por que eu não fiz te dar o direito de dar pra qualquer idiota que aparecer? - Ele colocou a máscara deseparecendo todo os tipos de sentimentos de seu tom ou de sua expressão.
- Do que você está me chamando exatamente, Chuck? – Eu fiquei com medo da resposta.
- Puta, vadia. – Ele cuspiu as palavras, frio.
- Tu não pensas antes de falar, não é? Não pensas. – As lagrimas espessas que estavam presas começaram a descer minha face lentamente - Você acha que assim ganha o quê? Você nunca é capaz de ser gentil comigo, nunca. E depois me quebra, me joga no chão e humilha-me. Qual é o seu problema?
- O meu problema é que você existe. Este é a droga do meu problema. Você existe. E mesmo quando não houver mais existência, você irá existir pra mim, porque se um dia você não existir mais, eu também não existirei. Como poderei eu viver em um mundo sem saber que você não está presente nele? Qual será o sentido? Eu preciso que você exista pra poder existir. O meu problema é que mesmo que não houver mais vida, minha vida terá sido tua e mesmo quando não existir mais razão, você será toda as minhas desculpas. Você não entende? Você é a droga do meu problema, você me encanta com tantos encantos e depois desaparece deixando apenas seu cheiro em minha camisa, o que é ainda pior do que apenas desaparecer, você faz questão de ser o meu tormento. Você faz questão de deixar sua marca, para eu viver eternamente em sua sombra. Agora, qual é o seu problema?
- Não me deixes ir. - Eu supliquei - Não me deixes desaparecer. Eu nunca quis sair daqui. Eu nunca quis está em algum outro lugar que você não estivesse presente, nunca.
- E por que fazes questão de ir? - Ele me olhou sincero.
- E por que você não fez questão de não me deixar ir? -Indaguei com dor - Por que você nunca se importou em me dar motivos para ficar?
- Sinto muito se não posso demonstrar, sinto muito que não possa te amar da forma como ele a ama. Eu sinto mesmo. Mas a questão não é como eu te trato e sim se você já me viu tratar alguém melhor.
- Sei que não. Conheço você. Mas isso não te dar o direito de ser ríspido comigo.
- Eu nunca quis isto.
- Nem eu. - Lamentei.
- Confie em mim.
- Como poderia? - Dei uma risada seca.
- Da mesma forma que eu posso confiar em ti. - Seus olhos azuis penetravam os meus e eu pude sentir mergulhando-os, descubrindo todas os seus segredos, deixando apenas o verdadeiro.
- Você não deveria. - Mordi o lábio.
- Tente impedir-me.
- Eu não quero te impedir.
- Então por que eu não deveria?
- Porque eu nunca fui e nem serei digna da sua confiança. E se eu te machucar de novo?
- É um risco que quero correr.
- Não desejes riscos.
- Você é tudo o que eu mais desejo.
- Por quê?
- Você é um risco, um risco perfeito. Um movimento errado e a pólvora se transforma em fogo.
- Vamos nos destruir assim.
- Que seja, apenas que seja você que me destrua.
- Como podes ser tão masoquista?
- Diga-me se tu não sentes o mesmo.
- Eu tenho medo de dizer e tu desapareceres.
- Para onde eu poderia ir?
- Já foste tantas outras vezes.
- Nenhuma vez pode ser comparada a essa.
- Seu sorriso está desbotando em minha memória.
- Nunca pararei de sorrir se você não deixar isso acontecer.
- Eu amo você.
- Eu amo você.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Rua do Sol

Eu não estava acostumada, eu não esperava, depois de tudo simplesmente não fazia sentido.
Todo milésimo pareceu passar com uma grande extensão de dor. Doeu muito. Doeu mais que qualquer outra coisa que eu possa comparar, mas o pior foi ter ainda que escutar a sua comemoração silenciosa que rodava por todas as partes, pairando e se perpetuando em minha mente.
Como uma boa atriz que sou, me limitei a dá um sorriso e esconder toda aquela angustia dentro de mim. Sem expor nada em meu olhar e com o tom mais meigo que possa existir, finalmente disse: É, não importa mais. E assim me levantei da cadeira, coloquei uma mecha de cabelo para trás e segui em linha reta. Senti a hesitação dele ao me deixar ir, mas por fim senti o gosto amargo do seu sorriso esnobe e me dando a liberdade de escolher.
Não ousei a olhar para trás nenhuma vez, se tivesse olhado teria deixado uma parte de mim ali. Ao escutar o soar do sino atrás de mim, desmanchei aquele sorriso perfeito, coloquei meus óculos escuros e continue a andar, joguei os cabelos e até me atrevi a retocar meu brilho labial.
Nenhum olhar que recebi passou despercebido, fui capturando todos e identificando-os: Desejo, inveja, admiração. Ri com a tolice destas pessoas. Como é engraçado poder andar na rua e perceber que as pessoas não possuem a menor ideia do que te leva a andar por aquelas estradas, nem imaginam as coisas que você já passou e nem sonham que você não é só uma modelo perfeita de rua. Estas pessoas se limitam a nos olhar e pensar coisas importantes, como o número do meu manequim, que número é a cor do meu gloss, onde eu consegui aquela bolsa exuberante. Alguns vão além, imaginam meu toque, meu sabor, meu tom e meu gosto... Pobres e ingênuos.
Confesso que jamais conseguiria chegar até ali de novo, não prestei atenção em nenhuma rua que tomei e só parei de andar quando percebi que já não tinha mais ninguém na rua além de mim e um gato branco que pulava de uma árvore a outra.
O silencio se expandia de acordo com o frio que emergia e o nó tomou conta de toda a garganta e se tornou meio que impossível de respirar. Nenhuma lágrima ameaçou escorrer naquelas horas (Ou segundos?), mas admito que meus olhos ficaram pesados.
Cortar o silencio naquele lugar me parecia um crime com um sentença de morte muito dolorida, me perguntei se alguém já tinha se atrevido a falar naquele lugar. Não ousei nem a me mexer para o salto não estrondar em cada contado com o asfalto.
Olhei nitidamente onde estava e cortei o silencio como um raio corta uma noite escura, breve e assustador, deixei exclamar um “ah!” e logo depois me aquetei esperando minha condenação por ter rompido o barulho secreto daquele silencio, mas isso não ocorreo.
Então o barulho e a excitação se transformaram em algo quase interminável. O barulho era desesperador, como de uma bomba-relógio, me assustei ao perceber que era eu que produzia aquele barulho, aqueles longos e desesperados tum-tum vinham de dentro do meu peito.
Ainda parada, um sorriso sincero esboçou-se em meu rosto enquanto eu olhava tudo admirada. Eu queria olhar cada espaço daquele canto pois sabia que uma vez que saísse dali, jamais voltaria.
“Rua do Sol” indicava a placa a minha esquerda e eu não demorei a entender o porque do nome. A rua ficava na parte alta da cidade e seu horizonte era uma imensidão de prédios que eu, provavelmente, tinha construído destruindo assim o pôr-do-sol mais lindo do mundo.
O sol ainda era visível, pois estava ainda no alto, mas ele sumiu antes de poder escutar minhas juras que jamais ia torná-lo a machucá-lo, que não ia mais destruí-lo, que não ia mais impedir suas belas paisagens se proliferarem, que não ia mais limitá-lo. Ele sumiu antes de poder escutar qualquer uma dessas coisas, ele simplesmente se foi.
Quando a escuridão surgiu e preencheu todo centímetro daquele lugar, ele apareceu de novo, desta vez só pra mim e segurando minha mão disse: Não importa se você chegou ou não a dizer algo, eu já sei exatamente o que seu silencio quer dizer e foi a coisa mais honesta e bonita que já ouvi.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Nossa vida, seus erros, minhas palavras


Eu possuo segredos que o Diabo desconhece, eu já provei os mais diferentes tipos de venenos, eu entrei em esquinas que nunca tinham sido visitadas, eu acelerei nas curvas mais perigosas e em grandes retas eu muitas vezes parei. Não estou dizendo que tudo que eu fiz foi o que me manteve na luz, muito pelo contrário, permaneço nas sobras a mais tempo que possa me lembrar, porém eu sempre sobrevivi. Eu não saí daqui, eu nunca parti.
Eu sei que não tenho motivos nenhum pra lamentar, eu sei que desta vez o erro não é meu, eu sei muito bem o que estamos jogando, mas eu ainda sim sinto muito, mesmo sem nenhum direito.
Eu não seria capaz de dizer nunca mais uma vez, eu me arrependo todos os para sempre que eu disse. Eu não deveria ter prometido o que eu não podia cumpri, mas se você ainda se interessar, saiba que vou me manter em minha primeira promessa, “enquanto houver sentido, só enquanto houver sentido”.
Eu não me atreveria a mentir, não hoje. Eu não me atreveria a dizer coisas só por dizer, então se eu ficar calada, não estranhe. É só que eu não poderia fazer isso, não poderia, como poderia? Eu não posso dizer que eu não vou sentir saudades, eu não posso dizer que vai ser indiferente, que tudo já está bem guardado. Também não vou dizer que estou morrendo, que não sei o que vai ser daqui pra frente, andar sozinha nunca foi um desafio pra mim, eu não me atreveria a mentir hoje.
Eu já sei, não há nada mais que você possa me dizer que eu não já saiba, eu sei, eu te conheço, eu conheço seus segredos, eu conheço tudo sobre você, mas honestamente, eu acho que já vi todo esse espetáculo, a cortina fechou e você foi o único que não percebeu isto.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Serei eu, eternamente eu

Se você quiser, quando você desejar, tudo que você preferir. Essa realidade simplesmente não é boa para mim. Se você espera algo assim, eu apenas te digo que você tem outra estrada a seguir, pode partir.
Eu não sou o tipo de garota que você pode esperar que simplesmente vá aceitar tal ato apenas para te agradar.
Desculpe-me, a estrada que te trouxe até aqui você a pegou por engano.
O que eu quero, quando eu desejo, do modo que eu preferir, eu sou assim.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Quando o amor se transforma

Eu sempre pensei que fosse para sempre te amar, em cada adeus eu pensei que sempre iria te amar, por toda a minha existência, eu iria te amar.
Foi então, que sem explicação, eu pensei.
Fora o meu pensamento mais sombrio, fora o pensamento mais amargo, mais árduo. Fora o pensamento mais inconstante, mais oco.
Tirar uma vida por amor, mesmo que a seja a sua própria, não pode ser mais amor.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Estradas ao desconhecido

Eu estou tão bem deste lado, tudo aqui é tão confortável, tudo aqui me soa tão como lar, é sempre tão quente e cheio de sorrisos, tão surreal, mas a certeza que você se encontra do outro lado me faz querer atravessar a rua sem nem mesmo olhar para trás. As pessoas dizem que não, que eu não preciso, que há riscos demasiados, elas tentam me prender, elas me seguram e dizem que não de novo e de novo. Elas sorriem calmamente e explicam devagar como se estivessem falando com uma criança teimosa, gentilmente tentam me explicar que o outro lado é frio como gelo, é quente como fogo, é rápido como uma bala, é assustador e encantador como uma caverna.
Eu simplesmente cansei de escutar histórias sobre o outro lado, eu quero conhecê-lo, eu quero vive-lo, e se for para eu ter medo, que tenha. E se for para eu borrar minha maquiagem com lágrimas, que borre. Eu não agüento mais imaginar como será e sempre por medo me impedir de experimentar, e se tudo dê errado, pelo menos eu vou levar a certeza que eu tentei fazer certo.
Talvez, não me atreva a regressar ao outro lado que essa extensa rua termina, mas quero conhecer o outro lado pelo menos uma vez. Quero descobrir seus segredos, desvendar seus mistérios e se for para eu me machucar no fim, que machuque, todos os machucados acabam sarando, às vezes deixam cicatrizes, mas não são com eles que vemos que tudo tem um propósito maior? A certeza que você está do outro lado já vale a pena, a certeza que vou te tocar já faz eu quase querer que minha própria vida dependa disso...
E se eu morrer, e se eu sangrar, e se eu me ferir, eu simplesmente vivi.

Pensamentos soltos

"Eu estava tentando te achar. Eu tentei te olvidar. Eu caí nos países das maravilhas, pois um coelho me disse que tudo era realmente maravilhoso por lá. Que pena, que era mesmo... Mas aí, eu descobrir a infelicidade de se acordar."
"É de uma mente vazia que sai os melhores sorrisos."
"Me coloque diante da vida e eu te perguntarei porque o cego consegue enxergar as coisas mais bonitas melhor que nós."
"E eu irei te amar sempre que houver sentindo nisso."
"Eu e você um dia chegamos a ser um nós? Sua indiferença com os meus erros, deve me assustar? Teu beijo calmo e delicado, quase planejado, deve me manter sã? Eu descobri que eu não te necessito, mas eu te quero junto a mim."

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Mil acasos me levam a você (8)

E cada vez que eu tento escrever, os pensamentos voam até chegar em ti.
E cada vez que eu tento não pensar em você, eu já estou pensando.
E cada vez que eu penso em você, eu sei que eu não estou mais contigo.
E cada vez que esse saber enche minha mente, eu sinto meu coração se afundar em meus próprios medos.
E cada vez que eu tenho medo, eu volto a tentar a escrever.
É... Parece que no fim das contas, eu sempre acabo me ligando a você.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Acontece que saber, eu sei

E por mais que eu saiba que o presente é incapaz de mudar o passado, eu acredito que nosso futuro seja bem diferente do nosso presente. E por mais que eu saiba que palavras ditas agora já não fazem a menor diferença, eu sou incapaz de deixar de dizê-las. E por mais que eu saiba que você não acredita mais em mim, eu não consigo fazer isso ser uma mentira, o sangue da verdade borra todo o pensamento. E por mais que eu saiba que não há nada para lamentar, eu não consigo parar de chorar. É, talvez o verbo saber seja mesmo muito vago. O que adianta saber se não se pode fazer mais nada a respeito? No fim das contas as semelhanças de nossos erros não servem nem para anular nossos acertos. Talvez, eu só queira dizer que eu sinto mesmo e tudo aquilo teve um propósito maior... Eu sei disso, agora.

Pontos finais que não são virgulas



Eu só quero que você saiba que eu te amei em cada segundo que você esteve perto de mim, eu só quero que você saiba disso. Eu só peço, eu só imploro pelo seu saber.
Saiba que eu te amei em cada momento em que você me tomou pelos braços, que você me olhou com um olhar de bravo, quando você se estressava comigo e me apertava de uma forma que machucava.
Eu só quero que você saiba que eu te amei em cada sorriso, cada fim de tarde na grama. Eu só quero que você saiba que eu te amei todo o segundo.
Eu amei quando você entrou em minha vida e bagunçou tudo que eu sentia, eu amei quando você me explicou o que era aquilo que ocorria dentro de mim, eu amei quando eu caminhei contigo outros caminhos jamais caminhados, eu amei construir nossa história. Eu te amei em cada momento em que tive você.
Mas eu também amei quando você foi embora, me trouxe paz e liberdade de novo. Eu amei caminhar meus próprios caminhos e poder eu mesma me explicar o que se passava dentro de mim, eu amei construir a minha história.
Mas eu ainda sim, amei tudo sobre você. Eu amei seu sorriso, eu amei seu abraço, seu jeito, eu amei tudo.
Eu amei cair e você me levantar, eu amei levantar e te segurar, eu amei nós. Mas hoje eu aprendi a não cair e a guiar os outros, eu aprendi amar a mim.
Eu amei o jeito que você sussurrou coisas meigas pra mim, eu amei o tanto que você me fez chorar de alegria ou de tristeza, mas eu amei mais o que eu aprendi com você.
Eu amei poder te deixar ir, eu amei saber que eu não preciso mais chorar e amei aprender que eu posso sim, ser diferente de você.
Eu o amei, eu amei sim, com todas as letras da palavra verdadeiramente. Mas hoje, eu já não o amo mais, acredito que coisas boas se separam para coisas ainda melhores possam se juntar.
Entenda, eu só amei você, eu não amo mais.
Mas isso não faz o que a gente viveu uma mentira, só peço que entenda isso. Hoje eu sei que você tem seu gosto e sempre será você, não irei tentar te substituir ou te trocar, mas entenda que eu não posso te levar pra sempre junto a mim, principalmente quando o tempo só te leva para longe e faz desse livro apenas páginas viradas.
Mas não se preocupe, o essencial eu carrego comigo, a essencia que aprendi que não são nossas semelhanças que contam e sim nossas diferenças.
Mas ainda sim, eu amei você.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sentido, cadê você? .-.

As pessoas crescem, amadurecem e por fim, percebem que tudo que tinha era exatamente o que não queriam ter. As pessoas crescem, amadurecem e por fim, percebem tudo que abriram mão tentando sempre ser perfeita e com muita dor ver que nunca conseguiu.
Vivemos a pintar o verde e o amarelo iluminando a todos, choramos ao som de rosas e vivemos numa tonalidade azul, vivemos acorrentados a isso. Vivemos presos a rotinas escrita por outros.
Enquanto houver mais eu nunca me contento com o limitado, não encontro desculpas para que eu não tenha tudo, por que você ainda tenta me convencer do contrário?
As pessoas crescem, amadurecem e por fim, percebem que não são aquilo que queriam ser. As pessoas crescem, amadurecem e por fim, percebem que a mudança nos acompanha desde os tempos mais remotos.
A verdade é que coisas complicadas dão dor de cabeça, e eu já acabei com meu analgésico contigo, devo procurar o que agora? Um entorpecente? Acho que perdi muito tempo rindo e esqueci-me de ver o que de fato tinha graça. A verdade, é que a vida ainda está passando e eu e você continuamos parados, o que exatamente estamos fazendo? Não, não me diga, eu tenho medo do que posso escutar.
É um mundo incerto, onde desejos são promíscuos e vontades são idealizadas. Se quer mesmo saber, não nos pertencemos. Você não pertence a mim e eu não pertenço a ninguém, estamos indo contra a lógica da natureza, por favor, me explique, o que estamos fazendo?
Juntos, somos uma anomalia, um erro. Eu contigo não estamos em casa, mas eu amo não precisar de um a sua companhia. Só basta você pra mim poder sorri. Nos completamos pelo o incompleto, será que algum dia vai haver algum sentido nisso? Eu amo ter medo de te perder quando eu fechar os olhos, eu amo te beijar toda vez como se fosse a ultima, eu amo ter o medo de você desaparecer... E como seria se a gente confiasse um no outro? Será que meu coração pulsaria como um louco sempre que te visse chegar? Será que ele se quebraria todas as vezes que te visse sair? Será que eu ainda te amaria tanto assim? Eu tenho tanto medo, o medo é que me move.
Não venha me contar que sou aquela que você pensa antes de ir dormir, que sou a que você tenta procurar quando fechas os olhos, que sou a que vai mudar tudo que existe em você, em mim. Não me conte isso, eu não sou isso, eu sinto muito, eu não quero ser isso.
Quero mudar todas as vírgulas e transformá-las em pontos finais, quero mudar de página e poder voltar pra essa quando as coisas parecerem complicadas... Por que é tão difícil fazer isso? Eu não quero precisar me explicar, eu não quero te deixar, talvez, eu não queira mais pensar.
Quero sentir meu coração bater, quero que o vento bagunce os meus cabelos, quero que o sangue domine minhas bochechas.... Eu só não quero ter você, eu só não quero que me digam o que fazer...
Eu quero sangue sem dor.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Há uma luz que nunca se apaga (8)

Me leve para sair esta noite, onde exista música e pessoas que sejam jovens e vivas e então eu nunca mais quero ir para casa.
Me leve para sair esta noite, porque quero ver gente e eu quero ver luzes. Oh por favor, não me largue em casa! Porque esta não é minha casa, esta é a casa deles. E eu não sou mais bem-vinda. E se um ônibus de dois andares batesse em nós... Morrer ao seu lado, que jeito divino de morrer. E se um caminhão de dez toneladas matasse a nós dois... Morrer ao seu lado, bem, o prazer e o privilégio seriam meus.
Me leve pra sair esta noite, me leve pra qualquer lugar. E eu não me importo, não me importo. E numa passagem subterrânea escurecida eu pensei "Oh Deus, minha chance finalmente chegou" mas então, um medo estranho me tomou e eu simplesmente não pude pedir.
Me leve pra sair esta noite, me leve pra qualquer lugar. Eu não ligo, eu não ligo, eu não ligo. Simplesmente dirigindo no seu carro e então eu nunca mais quero ir pra casa.
The Smiths - There Is A Light That Never Goes Out

terça-feira, 22 de junho de 2010

(Im)perfeito de cores

Eu realmente não preciso de promessas, elas geralmente não são cumpridas e resultam decepções, quem precisa disso? Esteja comigo enquanto você queira estar e não me prometa estar amanhã quando você pode simplesmente mudar de ideia. Estamos em um mundo que está sujeito a variações, tudo muda a todo tempo em algum lugar do mundo. Algum dia, irá mudar aqui, bem entre nós. Poderá ser um dia perfeito, poderá não ser. O dia perfeito talvez não seja mesmo perfeito para mim, não para aquela que aprecia mais o que está meio quebrado, o que está meio falho. Toda visão de perfeccionismo é tão relativa, o perfeito para mim está tão mais proximo do imperfeito. Deve ser porque a imperfeição possui velocidade e a perfeição é um tanto calma demais.
Você também não adora o jeito que a velocidade parece bagunçar seus cabelos te dando a sensação que você pode estar em qualquer lugar e nada nunca vai te alcançar? Você não adora o jeito que a liberdade vem junto com a velocidade? Você também não adora o fugaz que vem e te deixa sem fôlego? Você também não se sente plena sem a plenitude?
Talvez seja o medo, misterio, a sensação de desafio, o gosto de vitória, talvez seja tudo isso junto, talvez seja a sedução da noite, o carisma do dia, talvez seja uma combinação imperfeita que te completa e risca o fosforo acendendo o fogo e despertando tudo aquilo que mantivemos sereno por tanto tempo.Talvez seja aquela sensação de impossível que paira no ar e nos faz soltar aquela gargalhada de quem alcaça o céu e nos faz perceber que para ir além do arco-íris, a gente não precisa tirar os pés do chão.

domingo, 20 de junho de 2010

So... Game over


E antes que você possa perceber, sua vida termina. End. E aí, o que você faria? E se sua vida acabasse agora? Nós sempre dizemos “A única certeza que temos é que um dia vamos morrer.” Será que temos mesmo a certeza de que um dia vamos morrer? Se nós temos tanta certeza assim, por que nós temos medo de fazer as coisas, até as mais simples? Nós não temos certeza que iremos morrer. Não, não temos. Se tivéssemos, faríamos mais a vida valer a pena. Seriamos mais gratos pelo o que temos. Correríamos mais atrás da felicidade e não deixaríamos nada nos impor, nem mesmo o medo de perder. Se tivéssemos a certeza de que nós vamos morrer, não adiaríamos o nosso próprio sorriso.
Isso só me faz perguntar, e você, se você fosse morrer hoje, você já fez tudo que devia ter feito? Já falou tudo que tinha deveria ser dito? Já demonstrou tudo que deveria ser mostrado? E se hoje for seu ultimo dia, você iria plena? Iria com a sensação de que viveu? Sabe, o impossível é mesmo questão de opinião. Nosso fim pode chegar tão rápido que talvez nem haja tempo para percebermos que nosso fim realmente chegou.
Se quer saber, se eu morrer hoje, eu iria descansar em paz. Meu corpo iria zelar sobre uma terra fria e talvez alguém no meio de tantos rostos que me rodeariam estivesse mesmo triste por eu ter ido, talvez. Mas eu iria com a sensação de que não pude ter tudo, mas tive tudo que pude. (...)
Qual será minha ultima palavra? Qual será a última musica que irei escutar? Qual será a ultima coisa que irei ver? A ultima coisa que irei escutar? De quem será a ultima voz que vai soar? Será que fará diferença? Será que me fará querer viver um pouco mais?  E o que será mesmo o outro lado? É apenas o escuro e fim de conversa, sem nada? Será o oco, a ausencia de tudo? Infelizmente, acredito que a morte será brevemente isso. E não irá haver mais nada. Só o refugio de uma vida inteira já vivida.
A vida será apenas essa, não deixe de fazer as coisas pensando na eternidade, ela talvez não chegue. Quando você morrer, vai ser isso mesmo, a morte. O nome já não te diz tudo, morte? Olhe como soa. Não queima sua garganta ao pronunciar? Não te faz pensar no não vivo? Você não acha que é meio ridículo esperar que exista vida dentro da morte? Não te soa bobo a ideia de que temos que morrer para finalmente começar a viver? Não irei esperar a minha morte chegar pra, enfim, começar a viver. Não tenho a menor certeza que vai haver o outro lado, então não irei trocar que sei que vivo agora por uma incerteza de que irei viver amanhã eternamente. (...)
Ainda não cheguei a viver os muitos anos que quero viver, mas vivi os poucos intensamente. E se morrer, eu morri porque vivi, nada mais.

A noite é mesmo terrível


Sinto cada articulação minha tremer, o sangue passa em minhas veias devagar e o único barulho que me perturba é o leve som da vida que vem do meu peito. Rodo e passo a mão à procura de, com sorte, achar um ursinho um tanto solitário.
Minha cabeça pende e o sono parece fugir de mim a medida que vou contando os carneirinhos... Já estou em 326 e sinto o sono tão distante como um brilho de um laser, que você vê, mas não importa o tanto que você tente você nunca o captura para si.
A escuridão faz você abrir os olhos tentando encontrar alguma coisa e só o que você consegue avistar são todos aqueles pensamentos que lhe castigam inconscientemente. Você pousa e começa a ver cada um deles se passando de maneira tão lenta diante dos seus olhos que parece um filme sendo rodado extremamente devagar e então você vai procurando os detalhes que talvez você tenha deixando escapar... As visões vão ficando turvas a medida que elas se aproxima do fim até que não sobra mais nada, exceto lagrimas espessas e pesadas que sobressaltam no canto do olho.
Talvez seja o silencio que te proporciona soltar da gaiola aquilo que você o manteve preso, talvez seja o mistério que paira por ali, tão denso quanto fumaça, que vem te trazer a sensação de que aqueles olhos sob o escuro ainda te observam.
Um bolo se forma na garganta e você continua: 327, 328... O sono só parece ficar mais distastes como os números, tão longe que só se aproxima do infinito... O ruim de viver sob mentiras, é que chega um ponto que até você não sabe mais destiguir a realidade da sua fantasia, e eu me sinto tão boba por me perder dentro das minhas proprias teias, me sinto idiota por não saber mais destiguir a realidade da minha fantasia, mas devo admiti, quase fiz isso sem possuir um término, pois por mais que eu saiba que não existe nada, eu ainda não consigo achar a saída para um tudo.
E sem sentimentos, onde nem mesmo o remorso consegue alcançar o meu coração, a serenidade e a tranqüilidade que ele bombardeia me faz sentir nojo e eu sinto o bolo crescendo sob a minha garganta e um gosto de água salgada invade minha boca e molha meu ursinho solitário.
É... A noite é mesmo terrível.

Its just a dream


Aquela velha sensação conhecida que faz sua cabeça pender para um lado expondo seu pescoço e o sangue que corre em suas veias parece desaparecer, você sente os olhos dele ainda fixando-te, então você sente o seu sangue reaparecendo te fazendo enrubescer. Você morde os lábios apreensiva e dá um sorriso falho tentando demonstrar confiança.
Ele continua te encarando, e você curva seus ombros para trás mostrando cada parte do seu colo. E por fim, ele te toca. Ele te puxa pela a cintura juntado-te a si. Ele sorri e procura teus lábios, possuindo-os. Sua mão passa pelos os cabelos molhados dele e se prende com força e ele te segura mais forte, quase machuca. Seus lábios desesperados em um sorriso desce até seu pescoço e pousa ali, quase romântico, quase agressivo.
De novo, você morde seus lábios mas dessa vez não de apreensão e sim por desejo e o prende com suas pernas. Ele passa a mão e a repousa em sua cocha, quase acariciando, quase machucando. E então ele sussurra algo no seu ouvido que você não consegue entender e você sorri levando embora todo o seu nervosismo só porque você acabou de perceber o quanto nervoso ele está.
Você o puxa para a si e o prende com mais força, você beija os lábios dele e os puxam com intensidade até sentir o sangue latejando. Suas mãos deslizam nas costas dele com vontade e você o arranha com desejo. Ele segura sua cintura com uma das mãos e sobe com a outra que estava repousando em sua cocha, ele para quando alcança o que procura e dá um leve sorriso de malicia, que parece até inocente.
Com caricias meio tortas quase o sinto tremer e ele parecer repetir algo com uma respiração ofegante, como se tivesse corrido quilômetros. Ainda sem entender, e com um sorriso de moleca, você solta um grito de prazer e isso o anima.
Tão falho que parece frágil, eu sinto um lacre sendo rompido, quase como uma violação as leis do casamento... Se for pecado, me orgulho de ser pecadora. Não me digam que é errado querer usufruir dos meus desejos.
Penso que tudo isso deveria me fazer gritar de dor, mas meus olhos se enchem de lagrimas de prazer, me sinto plena. Tento responder a aquele frenesi de sentimentos com meus olhos, quase agradecendo, quase amando, quase sendo verdadeiro e por fim ele me beija e diz: Eu também te amo demais.
A realidade me invadiu antes que pudesse pensar em qualquer outra coisa, "foi apenas um sonho" repeti inuemeras vezes para mim mesma.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Estrelas que se escrevem com D de drogas

Você me faz ri. Você me encheu de beijos doces que já não lembro mais o gosto... Você me pegava pela a cintura sempre que queria brigar comigo, porque te dava a sensação que eu era sua.
Sempre tão frágil como porcelana, talvez tão branca quanto que você adorava fingir que era você que me mantinha viva, talvez fosse. Estava sempre tão doente que era bom quando você segurava a minha mão como se quisesse me proteger do proprio mal que era eu.
Quando você sorria para mim, você piscava três vezes e me dizia o quanto eu era boa para você e que eu não precisava ser assim. Você me colocava para dormir com um beijo na testa e me tomava pelo o colo para assegurar que eu não fosse cair.
Você me lembrava de cada consulta, me fazia mil recomendações. Me lembrava das minhas próprias provas e até estudava comigo.
Você me ligou para saber se aquele cortezinho tinha sarado, se o roxo já tinha passado e se as lagrimas já tinham cessado...
E como tudo isso, você passou e eu olho para o lado e já não te acho mais. Me pergunto se você vai deixar mesmo isso destruir quem você costumava ser. Acho quem precisa de ajuda agora é você.
Me sinto tão ingênua. Cheguei a acreditar que estrelas iam para sempre brilhar, mesmo quando a gente não conseguisse enxergar o seu brilho. Achei que estrelas iam sempre nos guiar, iam sempre permanecer...
Ow, meu Deus, me ajude! Já não consigo mais achar minha estrela :/

terça-feira, 15 de junho de 2010

Tic tac, tic tac, tic tac

O tempo sempre passa. Passa independentemente das conseqüências que ele insiste em trazer consigo. É uma regra natural, onde não permite que o modifiquemos. Ele passa com a mesma velocidade de sempre... Mesmo quando não parece.
Até quando os ponteiros se mexem devagar, como se quisesse nos torturar com cada longo e extenso tic-tac, o tempo passa... Deixando o passado cada vez mais para trás sem demonstrar nenhum interesse nos nossos esforços para tentar viver do que já passou.
O tempo passa, constantemente e imutavelmente. Nunca mais devagar, nunca mais rápido, passa com a mesma e velha intensidade que sempre bombardeou cada segundo nos ponteiros do relógio.
Mesmo quando aquele barulho dos ponteiros se mexendo nos dar vontade de vomitar, o tempo passa, como se quisesse nos mostrar que ele é que te comanda e não o contrário.
O tempo vai passando mesmo quando queremos congelar aquele momento e decorar cada gesto, aroma e áudio numa tentativa inútil de tentar se segurar naquilo e tornar aquilo eterno.
O tempo passa e vai transformando o futuro no presente com a mesma intensidade que transforma o presente no passado e nos aproxima cada vez mais do novo e do novo.
Ele não leva nada consigo, ele não cura, não machuca, ele simplesmente passa e nos faz passar com ele, mesmo quando não queremos... Mas se quer saber, essa é a única graça de viver, porque é a maior prova que nunca vamos possuir o controle sob tudo não importando o quão bom seja os nossos esforços para ter.